EXERCÍCIO DE IMAGINAÇÃO - Parte 4
Você já percebeu? Ao ver uma carta genealógica, está abrindo o olhar para uma vida inteira de seu antepassado. Muitos anos vividos desde o nascimento, infância, adolescência, estudos, escolha da profissão, amores, namoro e casamento, filhos, amadurecimento, envelhecimento e morte.
Durante esse curso do tempo, alguns itens poderão ter faltado, outros serão repetidos, e haverá outros a acrescentar.
É um exercício de imaginação muito estimulante pensar em como viveu nosso antepassado num contexto muito diferente do nosso, com outros costumes, com tecnologia (ou a falta dela) da época, conhecimentos e possibilidades muito diversos dos atuais.
Há trinta anos atrás não havia celular e computador. Há 50, a TV era em preto e branco. Há setenta anos não havia televisão.No início do século 20 não havia rádio e poucas cidades tinham jornal. As escolas só atendiam a uma minoria. Os meios de transporte e a saúde pública eram precários. As ruas e estradas eram de chão batido. E a tudo isso acrescente-se as peculiaridades de cada lugar, as guerras, as revoluções, as crises sanitárias, as crises econômicas...
No século XIX não havia saneamento público, a água chegava a poucos, não havia energia elétrica, o transporte era feito por tração animal, as viagens entre continentes eram feitas por navios e demoravam meses. Os documentos e os atos oficiais das pessoas (nascimento, casamento e morte) eram mantidos pelas igrejas (poderes eclesiásticos). Havia o comércio de escravos. A maioria dos países tinha formação diversa da atual, suas fronteiras eram incertas e a forma de governo principal era a monarquia ou império.
Quanto mais retrocedemos no tempo, mais limitados estavam nossos antepassados e menos perfeitamente conseguimos visualizar seu universo.. Os filmes sobre antigamente retratam palidamente as limitações da vida cotidiana daquele momento histórico.
ASPECTOS FILOSÓFICOS
Cada pessoa é única. E aqui não estou falando de biologia, de história ou filosofia.
A árvore genealógica de cada indivíduo é única e pessoal. Cada pessoa tem um pai e uma mãe. Um(a) marido/esposa única(o). Descendência também única. O mapa de ascendência caracteriza bem esse fato.
Os eventos da vida de cada pessoa também vão formar uma sequência única.
Dessa forma, quando é criada a árvore genealógica de uma família, esse gráfico sempre estará incompleto, porque os eventos particulares e peculiares de cada indivíduo não serão considerados em seus pormenores. A rigor, cada indivíduo tem uma carta de ascendência que é só sua, sem que seja possível outra igual.
Cada pessoa terá um pai e uma mãe, quatro avós, oito bisavós, 16 trisavós, 32 tetravós, 64 pentavós, 128 hexavós, 256 heptavós, 512 octavós, 1024 nonavós, 2048 decavós. Na duração de uma vida, em média, temos 3 gerações (a pessoa, seus pais e avós), mas há aqueles que chegam a conhecer seus bisavós. Em famílias em que os elementos casam cedo isso é possível. E também hoje as pessoas vivem mais e é possível confrontar várias gerações.
A genética na genealogia - Parte 2 Recentemente, descobertas da genética possibilitaram a pesquisa de antenatos baseada no DNA, através de duas partes distintas dos cromossomas: as linhagens de mtDNA (DNA mitocondrial) remontam à mulher e o DNA cromossomial Y diz respeito à parte masculina. Essa pesquisa pode estudar toda a origem e os movimentos dos diversos povos que geraram o indivíduo atual. É útil para determinar a origem adâmica do ser humano. Foi por esse estudo que se descobriu a existência de outros seres além do homo sapiens: os neandertais, os denisovanos, etc. Algumas empresas fazem a análise do DNA individual e comparam com um banco de dados disponível. Com isso, é possível encontrar parentes remotos, verificar e controlar doenças herdadas, quantificar as origens desse indivíduo. Esse é um campo em expansão.
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